Ela caminhava naquela rua escura, evitava olhar para trás, só
de pensar na possibilidade de vê-lo insistir mais uma vez a deixava assombrada.
Foi tão difícil tomar aquela decisão, dizer tudo que
precisava e nada do que sentia havia acabado com toda sua energia.
Nunca havia imaginado que amar doía tanto, não fazia ideia
que seguir seus sonhos seria algo tão doloroso.
Precisava apertar o passo, seu corpo inteiro tremia, sentia
uma fraqueza profunda em suas pernas, era como se não fosse capaz de segurar o
peso do próprio corpo.
Naquele momento só conseguia pensar em chegar em casa e
enfiar o rosto o mais profundo possível em seu travesseiro.
As horas passavam lentamente e ela ja se sentia acolhida em
baixo de suas cobertas, não sabia mais o que pensar e só desejava ser tomada
pelo sono.
Ouviu a campainha tocar, e toda uma onda de medo tomou conta
de si, não queria abrir aquela porta, ao mesmo tempo que sabia que poderia ser
ele, desejava tanto que não o fosse como o contrário, não teria forças para
fugir, o universo estava exigindo demais dela.
Novamente a campainha soou e sem poder resistir ela abriu a
porta.
Não conseguia controlar as batidas do seu coração, a cabeça
parecia fortemente pressionada por algo muito forte, a respiração ofegante a
estava deixando cada vez mais confusa, sem que ela pudesse ter tempo de
entender, os lábios dele ja haviam tocado os seus, o corpo todo ja respondia
aquela necessidade intensa de ama-lo.
Passaram a noite em claro, sem pensar em nada que pudesse
dete-los, após muito cansados caíram em um sono profundo.
Quando despertou pela manha, ja não sabia decifrar o que
havia sido sonho e o que era realidade, olhou pro lado e seus olhos encontraram
os dele, sentiu a maior felicidade que ja havia experimentado na vida e se
permitiu deixar seus ouvidos atentos receberem aquelas palavras:
- Eu jamais
vou deixa-la ir.
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