Quanto amor existia
naquelas inúmeras tentativas? Era uma pergunta que nem ela mesma sabia
responder. Amor, o que de verdade isso significava.
Andava tão perdida,
sem explicação, sem coragem, sem vontade, ela nem enxergava mais o mundo a sua
volta, tudo tinha ficado tão negro depois daquela manha, malditas férias, antes
tivesse ficado em casa e esperado aqueles dias passarem longamente, estaria em
paz agora, teria um sentido pra vida, além de chorar.
Ela nem queria
vê-lo de novo, era noite de lua cheia e aquela superstição idiota de falta de
sorte se mantinha. Estava confiante ate que olhou a lista de hospedes, mas com
tantas pousadas no mundo ele tinha que ir justo pra aquela, pensou em ir
embora, depois pensou em não ir, afinal sua terapeuta havia dito na ultima
consulta que estava na hora de enfrentar seus medos, e de frente.
Talvez ela devesse
ter esquecido sua terapeuta, ficar e enfrentar tudo aquilo tinha sido sua pior
escolha. No meio do café da manha do segundo dia naquela pousada ela descobriu
que ele estava acompanhado, e o pior, era realmente bonita. Ele tinha uma mania
horrorosa de achar que ela tinha superado tudo e resolveu sentar em sua mesa,
fazer as devidas apresentações e atrapalhar completamente seu café, suas férias
e sua vida.
Porque é tão
difícil esquecer quem não se deve lembrar? Ficar preso em um amor inexistente
faz parte de uma loucura insana.
Ela não sabia mais
o que fazer, ela simplesmente desistiu das férias, voltou pra casa com menos
dinheiro, um cancelamento sem devolução e um buraco gigante no coração.
Ele realmente havia
seguido com a vida e ela estava ali, estagnada em uma ilusão imprópria e
completamente idiota.
Quanto amor existe
em inúmeras tentativas de esquecer?
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