Boa Noite amantes
das letras!
Como vocês estão
nessa noite de quinta? Espero que bem! ❤
Hoje trago pra
vocês algo bem diferente, e que já digo de antemão, foi uma delicia fazer.
O Doces Sonhos
juntamente com suas parceiras @coisinhasdajuh, @liih.santos.87,
@lendo.nasnuvens preparamos um entrevista incrível com a autora da Duologia
Colateral Cris Matthiesen, nós estamos encantadas com essa autora nacional que
tem um trabalho incrível e como ser humano consegue ser mais incrível ainda.
Não deixem de
conhecer seu trabalho através das redes sociais e seu site, deixarei todos os
contatos no final do post!
Continue com a
gente e conheça um pouquinho mais dos bastidores desse romance cheio de
mistérios.
D:
Nome completo?
C:
Cristina Queiroz Junqueira
D:
Idade?
C:
53 anos feitos
D:
Onde nasceu?
C:
Rio de Janeiro
D:
Qual sua formação acadêmica?
C:
Na minha época era segundo grau completo e não era necessário faculdade para
fotografar.
D:
Como você descreve a pessoa atrás da escrita?
C:
Ela é tão igual a mim que não existe uma pessoa diferente. Existe um ser que
não está pensando num mundo imaginário, onde eu consigo criar coisas e fatos.
Daí vira um tédio e odeio não estar fazendo algo que me estimule. Fico mal
humorada por ter que pensar em coisas simples como comprar pão ou ir ao
dentista. Ok. Ninguém gosta de ir ao dentista, mas eu também não gosto do cotidiano.
É simplesmente muito chato.
D:
Quando começou a escrever?
C:
Desenhando. A professora nos contava sobre Tiradentes, logo eu desenhava a
história dele. Uns 5 anos eu acho.
D:
E por qual motivo sentiu essa vontade?
C:
Porque eu gostava de contar meu cotidiano enfeitando-o com coisas mais legais.
Todo mundo sabia que era uma invencionice minha, e por isso prestavam a
atenção.
D:
Em que momento decidiu divulgar seu trabalho?
C:
Só no ano passado. Lancei Não Confie com um pseudônimo de Fiona Valois. Não deu
certo, porquê Fiona não tinha amigos como Cris Matthiesen. Uso o sobrenome que
minha mãe tirou do meu nome por ela ter tido que soletrar a vida toda. Era da
minha avó materna, uma inglesa que veio para o Brasil ainda jovem.
D:
Como é o seu cotidiano como escritora?
C:
Se o mundo não estiver desabando, muitas vezes ele está, eu escrevo pela manhã.
De 10 as 13hs. Minha cabeça está mais limpa e meu foco é maior. Depois mando os
capítulos para serem copidescascados pela primeira vez, onde aceito ou rejeito as
sugestões. Daí reescrevo e o processo se
faz novamente até cada capítulo ficar limpo e ser enviado para a revisão.
D:
Faz ou já fez algum tipo de laboratório?
C:
A vida é meu laboratório. Muitas coisas que escrevo aconteceram de fato ou
comigo ou com alguém. Juntar as partes me faz lembrar uma enorme colcha de
retalhos. Pode ficar boa, mas pode ficar muito ruim.
D:
Tem ajuda de alguém de alguma maneira quando escreve?
C:
Sim. Da equipe do Paralelamente. Eles são ao mesmo tempo a tesoura, a cola, a
linha mestra. Sem eles estaria perdida. Acham furos, rombos, erros e tudo que
possa prejudicar o texto em si. Muitas vezes, sugerem milhares de mudanças para
o texto ficar mais coeso e fácil de ler.
D:
Como cria seus personagens?
C:
Eu normalmente crio uma realidade paralela. Por exemplo: Thomas saiu do jornal
inglês The Guardian. Li um fato e aquilo chamou minha atenção. Então imaginei
como seria esse homem na infância, na adolescência e adulto. Como ele se
vestiria, qual seria seu jeito de ser. Sua voz. Max eu me baseei numa menina
que não sei o nome. Um dia estávamos num lugar onde havia um piano. Ela chegou
do nada, tocou o piano e simplesmente era maravilhoso. Sua voz, sua forma de
tocar com seus 17 anos, talvez, os cabelos negros, os olhos claros, a pele
também muito clara e dai fiz ao contrário. Como seria a infância daquela jovem
punk? Seus pais, sua revolta, seus amigos, seu jeito solitário e sofrido, etc.
D:
Como desenvolve cada um deles?
C:
Lukas foi um presente porque eu via muitos meninos nessa idade e ficava
observando a forma de andar, falar e pensar. Saul nasceu de um amigo que tive
na infância que sempre que havia algo perigoso ele aparecia. Personagens que
são vilões são fáceis para minha criação. Acho que eu tive muita gente em que
me inspirar. Então penso num momento como um garotinho de 4 anos ou um homem
adulto de 50. Eles tomam conta de mim. No final, estou exausta. Quero que eles
desapareçam. Nem olho a revisão final. Deixo por conta do Paralelamente.
D:
Tem alguma mania ao escrever?
C:
Sim. Penso no título do capítulo e aí vem uma frase como “ Descontando o
cheque" e dou início ao capítulo até o título aparecer e sempre gosto de
fechar cada capítulo de forma novelesca, como usamos no linguajar de roteiro. Fiz
dois cursos para roteiro de cinema e outro para tv. Só sei escrever com a obra
aberta, porque se fecho me sinto tolida e engessada dentro daquele limite e
preciso do ilimitado, da liberdade de deixar sempre algo no ar. Pistas falsas,
eu diria.
D:
Em quais momentos você escreve?
C:
Quase nunca à tarde. Normalmente pela manhã ou tarde da noite. Tenho o world
instalado em meu telefone, tablet e PC. Tudo conectado pelo onedrive.
D:
Qual seu gênero favorito para leitura?
C:
Mais fácil dizer do que não gosto. Não me conecto com histórias que os
personagens não são bem aproveitados. Tem que ter densidade. E não sou fã de
livros que cada dois segundos tem um casal chato transando em qualquer lugar. Odeio
uma boa ideia mal aproveitada. Mas se tivesse que chutar um gênero seria o thriller
psicológico que muita gente boa escreve. Gosto de romances puxado para o drama
e biografias.
D:
E em relação à escrita, qual seu gênero favorito ao escrever?
C:
Eu tinha resolvido escrever um romance simples. Quando me dei conta eu já
estava descambando para o mistério. Então eu acho que é mistério. Deixar alguém
curioso por um tempo é uma delícia.
D:
Esperava que seus livros fossem tão bem aceitos?
C:
Honestamente não. Achava que não daria nem um caldo ralo que dirá uma sopa mais
grossa. Foi surpreendente. Até agora eu me surpreendo. Óbvio que deve ter gente
que não deve ter gostado. Mas ninguém que não tenha gostado veio me contar
ainda. Eu gosto das críticas porque elas nos ajudam a melhorar. Uma mulher
disse que meu livro Não Confie tinha muito palavrão. No segundo já não usei
tanto esse recurso coloquial. Ajuda muito. Prestar atenção no motivo da pessoa
ter feito tal comentário.
D:
Tinha medo das criticas?
C:
Tive medo de me assumir na escrita. Eu sempre fui conhecida nas redes sociais
como fotógrafa. Então escrevi Duas Vidas sem contar para ninguém. Na época eu
tinha muitas dúvidas sobre a minha linguagem mais adolescente. Então escrevi outro, mais maduro, Preá. Depois
disso ainda publiquei o Não Confie com pseudônimo até resolver associar meu
nome ao livro. Daí ele começou a decolar. Meus amigos diziam: “Ah! Eu quero
ler”. E, segui o Conselho do meu médico que em 2013 me mandou ligar o Fo@@#e. E
daí a crítica do que será que vão pensar desapareceu.
D:
Como se sente se permanece um dia sem escrever?
C:
Tranquila, até porque tenho fases de bloqueio criativo. Levei um mês para fechar o último capitulo do
Sem Perdão. Cada dia de espera era como se alguém estivesse amassando meu peito
com um joelho. Foi aterrorizante.
D:
O que faz em suas horas de lazer?
C:
Amigos! Explicando melhor: conversar com eles e estar com eles. Rir muito e viajar
também. Fotografar qualquer coisa. Pesquisar material para gerar novas ideias,
estar perto de quem gosta de mim, cuidar da minha saúde com esmero, por que ter
algo crônico é um porre. Então eu preciso estar sempre alerta. Muitas vezes
descansar para mim significa ler muito, estar com os meus bichos, conversar com
eles e comer pizza do Faustino.
D:
No que esta trabalhando agora?
C:
Revisão (chaaato) do Duas Vidas, para lançar em dezembro, e tornar o Apesar de
Você um livro melhor do que ele tinha sido projetado. Duas Vidas é mais romance e tem personagens
bem jovens. A história é meio estilo Timeless: e se você pudesse voltar no
tempo e refazer seus passos? Já o Apesar de Você é bem mais adulto e tem
bastante mistério. Sem SPOILER, certo?
D:
O que podemos esperar para os próximos trabalhos?
C:
Não gosto de criar expectativa. Porque gera decepção. Prefiro dizer que podem
esperar novos mocinhos e mocinhas bem complexas e diferentes de Thomas e
Maxine. E não descarto um terceiro livro para a duologia Colateral. Mas não é
minha prioridade nesse momento.
A respeito da
Duologia:
D:
Como surgiu a idéia do primeiro livro?
C:
Era para ser um livro teste. Um conto de suspense. Mas cresceu e dai o
Paralelamente me deu a ideia de cortar a história num momento marcante. E
lançamos para errar tudo no primeiro livro. E erramos muito. Foi estressante,
foi divertido, foi um surto. Mas depois valeu tanto a pena!
D:
Quais foram as suas inspirações para criar o enredo e os personagens?
C:
Como unir um jovem inglês que teve um aborto (Um hermafrodita) fruto de um
abuso sexual com uma jovem com voz de anjo?
Epifania eu diria. Ele tomando a decisão de escolher seu gênero ao ver a
intensidade da força de uma jovem concertista. Caminhos se cruzando e se
perdendo até estarem lado a lado para o melhor ou pior.
D:
Como foi pra você criar um personagem hermafrodita, como surgiu essa idéia?
C:
Li no The Herald. Na pagina do jornal britânico na internet. Um caso de um
garoto que virou notícia porque a mãe o obrigou a escolher um gênero e o pai
que dizia que ele não precisava escolher. Ele era hermafrodita e ponto.
D:
Entre o primeiro e o segundo livro o que mudou?
C:
Tudo. Tive leitor teste. Foram sete pessoas pedindo a mesma coisa. E para
atender o desejo de todos tive que criar um recurso do faz de conta que tudo
isso nunca aconteceu. Então como teria sido? Sem sair muito do thriller
psicológico e suspense. A diferença foi também o pouco que aprofundei Thomas no
primeiro livro, já fazendo a opção de focar mais intensamente na sua
personalidade peculiar, já que Max é a grande personagem do primeiro livro.
D:
Quando iniciou a historia já sabia como seria o desfecho?
C:
Sim. Eu tinha criado um final totalmente diferente. A equipe do Paralelamente
disse: está maluca? Você vai cometer suicídio literário. Então segui para o
mesmo fim que imaginara e no finalzinho mudei de A para B. Parece que eles
tinham razão (risos).
D:
Ao iniciar não confie, já imaginava que existiria o sem perdão?
C:
Não. Eu ia fazer um conto onde Thomas e Max não seriam exatamente felizes.
D:
De onde surgiu a idéia de abordar o tema clonagem?
C:
Outro recurso que usei para explicar que não existe uma pessoa igual à outra
por mais parecido que seja. Queria abordar que existe em tese a possibilidade
de se clonar outro ser humano, mas ele jamais seria a pessoa que você amou
porque a alma é “inclonavel “.
D:
De tudo que mudou em sua vida após a primeira publicação, o que te deixou mais
feliz?
C:
Em 2013 eu descobri estar com câncer linfático de grau 3. Não era nada bom. Ao
invés de me apegar ao drama, medos e receios, por que ninguém na minha família
teve, eu tive que viver o que chamo de H.A.D. hoje, amanhã e depois. Não fiquei
feliz de saber o que me esperava pelos anos seguintes. Mas também liguei o F@#$!&.
Fiz a minha parte. Mas tive que parar de trabalhar e o ócio que me enlouqueceu.
Li, li, li, até que descobri as novas autoras. Uma linguagem coloquial,
objetiva e direta. Então pensei: acho que posso escrever assim. E, pôr esse
filho nesse nosso mundo tão cheio de loucuras e podridão. Era como ter preparado
ele para aguentar o tranco. Porque eu precisava aguentar o tranco. Eu diria que o
câncer me ensinou a ser melhor em todos os sentidos. E, de quebra conhecer
pessoas novas e voltar a retomar as coisas que não podia fazer pelas limitações
da doença e tratamento. Eu finalmente me sentia mãe de um filho que seria
jogado numa fogueira de vaidade e fiquei muito feliz em como ele se saiu
vitorioso.
Depois de conhecer um pouquinho mais do trabalho da Cris você pode adquirir os ebooks através da Amazon.com e os livros físicos diretamente com a autora.
Os ebooks estarão gratuitos na próxima terça feira dia 23/10 e os livros físicos com uma promoção incrível.
Redes sociais:
@cristimatthiesenauthor
www.crismatthiesen.com
Espero que tenham gostado! Um lindo fim de semana a todos!
Hiper, mega fantástico! Amei demais conhecer a Cris em sua intimidade. Amei saber dos detalhes da criação e desenvolvimento da história.
ResponderExcluirObrigada parceirinha por nos proporcionar esse diálogo com essa pessoa incrível que é a Cris Matthiesen.
(Nossa autora preferida!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDay!
ResponderExcluirA entrevista ficou linda!
Cris e suas surpresas né?
Amei conhecer sua escrita, sua forma de desenvolver cada personagem, principalmente, Thomas é claro! kkkk
Cris é maravilinda!
Bjs!!