Destino

em 10 de abril de 2020




Amei aqueles olhos, desde a primeira vez que cruzaram com os meus. Eles penetraram em minha alma de uma maneira tão profunda que voltei pra casa sem conseguir esquecer.

Deitei nas cobertas recém lavadas e aquele cheirinho de roupa limpa me fez pensar em tê-lo ali comigo.


Era loucura, uma insanidade, eu nem sequer o conhecia.


Voltei tantas vezes aquele mesmo bar, e cada ida ao balcão eu me pegava inventando a presença dele.


O via em lugares que ele não estava, projetava sua imagem em momentos irreais.


Já estava esquecendo seu rosto. A imagem já se confundia em minha cabeça e somente o que eu ainda conseguia lembrar era da profundidade daquele olhar.


Meu voo estava atrasado naquele dia, já me entediava com aquela espera sem fim, senti alguém sentar ao meu lado, e tamanha era minha irritação que me senti perturbada pelo chacoalhar da cadeira, olhei pro lado preparando aquela cara atravessada e como obra do destino encontrei novamente com aqueles olhos, não dava pra acreditar, estavam ali perfeitos à menos de um metro do meu rosto.


Ele me olhou confuso, como se visse algo estranho, eu acabei mudando minha fisionomia, acreditei parecer ter visto um fantasma.


Já não conseguia identificar nenhum som, era como se meus pés tivessem saído do chão, estava flutuando, sem conseguir recobrar meus sentidos, quando ouvi ele dizer:


- Eu te conheço de algum lugar, mas não me lembro de onde.


E eu só pude responder:


- Acredito que sim porque eu tive a mesma impressão.


Acho que a partir dali comecei a acreditar no destino.


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